Silvério José Martins, casado com Clemência da Porciúncula, na primeira metade do século XIX comprou uma sesmaria e nela ergueu a sede da sua estância "São João", a qual seria herdada pelo seu filho David José Martins, general maragato na revolução federalista (1893). O general David Martins casou com Josephina Pereira, com a qual teve 6 filhos. Após ficar viúvo, casou-se com Hypólita Sanguinetti, no Uruguai, com a qual teve mais 6 filhos. Assim foi o início da nossa descendência dos Martins, uma família cuja história se confunde com a história de formação do próprio Rio Grande, permeada por guerras e revoluções, batalhas e tratados de paz. Esta família protagonizou a primeira estampa povoeira da fronteira oeste, entregando muito de sua essência açoriana para o feitio do gaúcho fronteiriço e aguerrido que demarcou e defendeu as linhas ocidentais do garrão da pátria.
O dia 18 de outubro de 2024 estará eternamente gravado nas páginas felizes da nossa história! Tudo começou com uma visita da Glauce, Cleber, Adriana, Letícia e Ernesto à casa do Anelio e da Rosélli em Quaraí. Foi um momento de reencontro e de relembrar bons tempos. A última vez que haviam estado juntos tinha sido na partida do Vivi, e daí surge a antiga questão com a qual toda família se depara: Por que só nos encontramos nas despedidas? Por que só nos encontramos nas perdas? Precisamos estar juntos mais vezes!
No fim dessa visita ficou combinado mais um encontro, porém, da próxima vez com mais pessoas. Na semana seguinte, o Rodolfo fez contato com a Bea, lembrando de uma conversa que tiveram ainda na pandemia sobre a possibilidade de um encontro de família na São João Velho.
A Bea, sendo uma grande entusiasta de todas as coisas que envolvem família, afeto, abraços, reuniões, memórias e sonhos ficou entusiasmadíssima e, então, ela e o David colocaram a São João Velho à disposição, o lugar estava garantido, agora era trabalhar e rezar para não chover.
A comissão não tardou em se organizar: Glauce, Adriana, Cleber, Letícia, Farwell, Bea, Rosélli, Isabel, Silvia e Rodolfo. De início, não se sabia se haveria mais de 50 participantes no encontro, felizmente no fim foram quase 100 inscritos.
No dia anterior caiu um aguaceiro à noite que assustou a todos, mas no dia do encontro o tempo abriu e surpreendeu todas as previsões de tempo fechado. Foi contratado o serviço do Fronteiríssimo para servir o almoço (um espetáculo à parte) e tomadas uma série de providências que deram muito serviço para nossa tesoureira, Isabel, para os nosso anfitriões Bea e David e para o nosso diretor de logística, Farwell, todos já no local do encontro dias antes dele ocorrer. Recebemos doações de 3 ovelhas/borregos, uma do David e da Bea, outra do Luiz Felipe e uma terceira da Adriana. Tivemos até degustação de vinhos com a vinícola Pueblo Pampeiro, de propriedade do Marcos Obrakat (primo da Bea) e da Cintia, que nos apresentaram um Tannat único e um hidromel elogiado por todos quando brindamos.
O Fernando e o Rafael levaram pertences do general David José Martins, uma espada de mando e uma de combate, junto a um rebenque, um copo de guampa e um quadro/retrato. Os intens ficaram em exposição no corredor de entrada do casarão, onde a Bea e o David mantém uma galeria de memórias na parede, dentre elas, um retrato general.
O David Lucho preparou uma charrete que foi o agito da gurizada, e não tiveram sossego até a charrete ser engatada no trator pra dar uma volta.
Os figueirões, plantados pelo próprio David José Martins lá nos términos do século XIX estavam lá, firmes e fortes, sombreando toda a Martinzada que se acomodou nas mesas debaixo delas, decoradas pelo bom gosto da Adriana para o almoço. Se aquelas árvores falassem!
Os belíssimos registros fotográficos foram feitos pelos olhos atentos da Patrícia Obrakat e do Titi Kroeff, e no almoço tivemos apresentação musical do Matheus Ribeiro. Após o almoço, o pessoal se abancou no galpão para relembrarmos juntos nossa árvore genealógica, afinal, a turma era tão grande que muitos nem sabiam por onde eram parentes!
Continua...